Mulher sem estrutura condicionada por se mesma,
independente das cidades e as tríbus,
caminhante de dimensões extrasensoriais,
que não admite recursos como placebo,
que não foge de nada que ela possa sentir,
que mata a dor com uma dor maior,
atenta ao que brota das coisas inertes,
capaz de dar-lhe a vida à vida,
bailarina das suas danças de amor,
criadora de coreografias imensas.
Mulher desnuda com o corpo aberto,
cheia de cicatrizes de feridas curadas,
recipiente para ser enchido de certezas,
alma acima de min,
pranto do prazer do esquecimento e a lembrança,
menina de ecos de sinos de ventos,
filha de quem cantava os sinos que escuta,
sinos que a chamam para Ir.
Mulher etérea e consistente,
nuvem do céu que é e não é,
debaixo da qual voam os pássaros perdidos,
árvore de sombra verde e fresca,
fonte de água profunda e natural,
erva sobre a terra.
Mulher que sei e que aprendo,
des-aprendiendo o sabido,
cada vez mais vencido pelo tempo,
a cada dia mais convencido de ti.
Mulher.
(Ilustración de Alberto Vazquez)
2 comentarios:
pulsa um pulso
no cor
ação
aliment
ando
a audição mais pro
f
u
n
d
a
( tão pequena a distância
entre folhas
e aves!! :)
*
a-ver-a-boca
( ouvindo-o-canto-abe-r-to
~
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