Escucho el silencio del tiempo que pasa _ escuto agora o silêncio, me quedo con él y en él, entro en las letras y en los números _ atravesso letras e números, embalo e calo _ las callo y los cuento, busco el prodígio de la relación constante _ afloro o prodígio da relação constante, a assombrosa claridade do silêncio, o encontro transparente da verdade _ el asombro cintilante de la vida ____ SOY pi & phi _


31/10/10





~


[ porque ya no podre perdonarme haberte mentido]]







não tenho princípios

( pelo que nunca

os sinto

ameaçados -

de facto corro como

cabra

ardo como acha

anel de saturno me

visto de fada

- sou toda a coisa

em que tropeço

quero quero e

quero

- nunca-desespero

estou sou e vou e ali

pouso o pé

e rio-rouco piso aliso

a superfície calada

do tronco ao teu rosto

o rio me sobe

tranquilo

( sou eu a voz da foz

a que te canta a



fio





15/9/10

















Sim sobes as minhas mãos e por elas caminhas-me
e enredas-te no meu cabelo quando chegam a ele minhas mãos,
e penteias-me a vida que me cresce,
...e refugias-te em minha cabeça como a primeira verdade que tenho,
e entras em mim pelo que sinto,
e sem que o senta invades-me,
e desces pelo meu sangue até minha alma,
que vive no coração que a distribui,
blanca, virgem e intangível por todo meu corpo,
e conquistas sem luta cada verso que acho meu,
cada voz nova que descubro,
sem razão nem arrazoados,
e em todos os ecos avanças para que, fora de mim,
o mundo volte a sua fé na esperança,
e sales do que sou eu por todos lados,
e pela alma viajas no sangue ao que tenho quando meus dedos jogam com meu pêlo,
e ali te encontro,
e retornas assim a minhas mãos,
e sobes a mim e por elas caminhas-me,
se tudo isto, amor,
é que estás em mim como eu mesmo,
é que reconheces-me em cada respiração que procura minha vida,
é que estás aqui,
ali
e lá…
com a mesma segurança da morte,
que é algo inadiável que só cabe no final do vivo,
como vivo estou eu contigo em mim,
como vivo está este poema,
que inevitavelmente termina,
mesmo que tu não tens fim,
porque tu estarás, amor,
caminhándo-me, escrivindo-te e inscrevendo-te em mim,
sempre.









13/9/10















Cierro las puertas que se me abren,

cierro las ventanas que hay abiertas,

y aún por puertas y ventanas se me salen

mis verdades más grandes y más ciertas.


Por mucho que pueda encerrar

a mi pobre corazón cansado,

a tu cielo se vuelve él a escapar,

mi corazón, que quiere volar

y solo sabe aterrizar a tu lado.


(Las palabras nunca sabrán dar

nada de lo que tú me has dado).







5/7/10









~




dirigíveis









por um deficit comumente natural
[ na mesma linha em que se trata da maior traição
à alma e à matéria respiratória
tendemos a fixar-nos na hipnose do que nada anda e tudo pára

estranhamente suspiramos o alívio dos maus tratos enviesados
que nos confirmem a direito o familiar auto-desprezo
nunca adentrando a vista um centímetro além do umbigo
nunca parando a face nos olhos do outro a perguntar porquê
se a mudar- porquê -

pelo que

amamos até à morte sem nunca tocar o amor -
o amor são fugas enfidas em rosários
vagamente vagos vagamente alheados cumprimos interiormente nada
comprometidos a fazer da emoção pública sofrimento e poesia
tormento de contracção impossibilidade espera e se possível aplauso -

adiamos os dias até que terminem se acaso encontramos amor
arrancamos a semente - vestimos um monge de prata ensebada
aturdidos caminhamos - pesadamente descentrados por
um futuro imóvel um passado tumular paseando pela tela
o caule do nenúfar - estropiado na base

por inúmeras razões sem razão nenhuma centrifugamos o medo de ser
na trituradora cruxificante dos hábitos - do dever de ao ter que
navalhamos a flor pela base cantando de
fora para dentro - sempre o mesmo hino
em vozes que por fim já não queremos travar -

que nos em-balam envenenadas
arrastando um destino delirante apertado e sibilino
colateral e pegajoso como baba de caracol
convocando em permanência o fado leitoso - agonia primordial
] varinha de condão a contra-nascente - pré-datada e fatal











26/6/10






~


pandemónio: seja tudo-ferro ( tudo-doce-ferro














registo e celebro

a cegueira improvisada: comumente diz-se que

um dos amores sempre excede o outro e eu digo que

quando amor não ama é celeiro e
cela

só sendo exercício e alqueire em trevas pra

nunca dar mais do que receba:

que se a regra afixe no bico das pedras

de aves e cobras e outros objectos e depois se passe


do bico à boca à língua trapada

coaxando rezas em currais e serras onde se


murmurem a porta fechada sobre chãos de terra e logo

sussurrem: todos sobressalto

vaticínios rãs luarados sapos ecos de ágil vela remultiplicados

bruxuleie a chama madeiro cruzado

no fio deitado amor teça espera: o que fosse que era que

não era mais: só talhado leite de azeda verdade

seria de-certo: e seria dano e seria feto e seria parto

pois se ofereça amor nos linhos da casa: de todos os modos

que se jogue e caiam telhados e tectos: seja tudo
ferro


! tudo seja fera tudo seja recto e tarde que tarde

que se trague e traia de olhos em brasa fumegando águas num

riso cretino de vómito recto: espuma de gelo delírio vermelho

nos dentes que rasguem a garganta aberta













11/5/10







~














[ just see it just

si













21/4/10











~











,

,sem ti caem-me as portas e os pregos das portas e das janelas e embalo na boca conchinhas de
as cortinas transbordam ~
e selam-se aos olhos que inundam a cama da cabeça aos pés


sem ti arrasto os fragmentos do discurso amoroso pelas esquinas redondas
e às vezes com faca afiada de tanto ouvir nada traço mapas e redes complexas na pele


das suas escalas indeterminadas escorrego infinita
e sempre de cabeça pra baixo recolho pocinhas tranquilas da cor das amoras galochas e silvas - animal que faz ninho e te corre ao revés,


















9/4/10







~












~



apelo-me-averdejando: giesta e cana

acolo a fraga do reino: pele animal

( canal-in-verso à sub-tracção dos olhos















1/4/10



~
















~

28/3/10






~


quaresmas










soube mais tarde que haveria de me ter chamado maria das dores
] de facto agora pouco importam os ecos - do nome dum dia

soube mais tarde que no fundo as mãos mais sangrentas
não existiam [ eram uma réplica pura da minha própria ausência

aprés ça j`ai lu ][ ce sont la vigilance minutieuse et l`attention
que nous permettent de changer nos comportements







[ foto de rui moutinho



20/3/10





~






cortina )













era como nunca nada saber

a cada ausência correspondendo

um decreto-lei de


inexistência


traça mental do abismo ao abandono

recto mapa cego de

adormecer e acordar como se nada








19/3/10






~




re fract ação










que o tempo se abre in-esperando comboios



na h-era da janela
en-redado de linhas



][ agudamente despachando tardes



o tempo assinalado flor-em-arco
memória difuminada










13/3/10




~






também as pessoas sérias












também as pessoas sérias

se cruzam às vezes na sombra da tarde:

quando não podem fugir

indagam cuidadosamente a curvatura dos líquidos

recordando

estridências de ninhos muros exílios

tangerinas flores de orvalho

[ que também elas se lembram filhas do bosque e

mais por dentro

veados:

religam por isso os ecos da língua à noite

salivando como gotas alongadas

numa estranha e póstuma fidelidade:

assim se espalham no canto do ar

nas águas que cegam nas cores que se

afagam.



[ as pessoas sérias


filtradas ao medo à ponte ao segundo

assim de repente inviáveis

num súbito contrair galopado

arrastam consigo penas

interrogam

circulares:

:mis





teriosas


se inclinam

a murmurar traduções

no crivo da tarde








12/3/10

























Não posso amar-te assim, amor, como eu te amo,
com esta incerteza de mim no meio da absoluta convicção.



Eu tenho que amar-te melhor,
amar-te com convicção de mim no meio da absoluta incerteza.




Ainda sabendo da relatividade do melhor.









E = mc²
Eu = mim comigo e os 2.







11/3/10









~


frutados








vamo-nos vestindo de palavras
manhã a manhã há um corpo que as sorve - antipedra moinho tornado

somos de tarde a luz que não há [ a falsa a verdadeira claridade

ao cair da noite - sempre sem pecado
usamos o cerco do quintal para brincar [ e dormimos subindo

numa fidelidade tenra ao princípio irrevogável do silêncio
fio a fio mão na mão [ branca cintura de via láctea












.

4/3/10

















Mete tus manos en esta agua,
moja con ella tus dedos
y sentirás que los míos,
salen del agua a los tuyos,
para acariciarte el alma en ellos.


Ayer te escribí este poema en el agua
y lo dejé al lado de una sirena de piedra
que también quería nadar.


Le pedí que lo llevase hasta tus dedos
y que te dijese que era para ti.

Moja tus dedos en el agua, amor,
que soy yo el que vive en tus manos.







1/3/10






~















a centopeia era feliz, completamente,
até que de brincadeira, um sapo disse,
´ ouve, qual é a perna que moves primeiro?`
isto tanto lhe trabalhou na mente,
que se ficou distraída num sulco,
pensando em como correr












[ in o budismo zen de alan w watts







26/2/10


















Quando sou possuído pelo espírito da arrumação,


começo a falar em sueco,



os CDs ficam ordenadinhos nas suas prateleiras



e um senhor escandinavo arruma o dinheiro na sua conta.



















24/2/10



~



pre









[o meu poema de hoje chama-se

hoje chove]

e quero que a lua e o sol

se esfarolem se estatelem e se dissolvam

e que depois eternamente se recolham

,hoje chove, repito à chuva rente

chovem-ecos

enrolo-me aqui a fingir que sou alga trevo

nos melhores dias errando-folha

por vezes um quase fruto

nunca fruto concreto mas

um sem nome fruto desinventando

,temendo a pele emprestada



mala-de-viagem








23/2/10



















Los niños juegan entre la Rua da Guiné y la Rua de Timor,
mezclados entre ellos y entre el olor
a tierra mojada por la lluvia

y el del frango de churrasco del Carpa.



Los niños son pequeños,
las ruas también.




Los olores e incluso la tierra
caben dentro de un nombre,
Gaia.



Ya ahora (J'agora),
en el café,

todo me parece en su sitio,

incluso yo con mi tabaco

y esta sensación de que casi todo me falta,

de que estoy puesto aquí para decirlo

y de que nada mas que por eso lo digo.




Fumo y bebo,
pero yo sé que no es así,

sé que aun tengo tiempo para callarme,

para no perder a los amigos,

para entrar en los ojos de un niño
que juega entre ruas,
cosas pequeñas
y los olores de la tierra y de la vida.









21/2/10






















A Pulga e eu escrevemos este poema juntos,
ela a olhar para mim,
eu a olhar para ela.



Ela perguntava-se que seria que eu andava a fazer,
e eu perguntava-me a mesma coisa.



Ela só queria que eu deixasse de escrever,
eu apenas queria o mesmo.



A Pulga e eu escrevemos este poema juntos
e juntos deixámos de escrevê-lo.






























Amor,

põe teu rosto em minha boca,

deixa-me beber o que teu rosto diz,

quero que entre em mim o teu sorriso,

que as marcas leves dos teus olhos queiram-me,

que teus dentes brancos mordam-me.






Amor,

vem ao coração da minha alma,

aquece com teu olhar quente meu frio,

faz-me esquecer o que me atormenta,

este medo de viver que tenho.






Amor,

amor meu,

meu amor,

dá-me a certeza que o transparente

pode ser visto atraves de ti

e que grita-lo ao mundo,

não é tão absurdo como calá-lo.









20/2/10








~



















tudo cada vez mais lentamente

,a mulher que atravessa as areias

movediças -

- duas bilhas de leite na cabeça










19/2/10







~












The Laughing Heart (Charles Bukowski)





your life is your life
don’t let it be clubbed into dank submission.
be on the watch.
there are ways out.
there is a light somewhere.
it may not be much light but
it beats the darkness.
be on the watch.
the gods will offer you chances.
know them.
take them.
you can’t beat death but
you can beat death in life, sometimes.
and the more often you learn to do it,
the more light there will be.
your life is your life.
know it while you have it.
you are marvelous
the gods wait to delight
in you.


























Escribo poemas estupidos que hablan del amor,

de las palabras,

del alma,

de las palabras del alma,

de mí.






Pero yo solo quiero callarme,

darte un beso

y poder amarte, amor,

con la misma facilidad con la que escribo,

una vez más,

un estupido poema.









17/2/10








~







circular











assustados olhos vermelhos entrançando a
tarde

um qualquer balde vazio onde mergulhe o

deserto

,de nós eu, carta em baralho












16/2/10






















Quiero saber amarte como tu me amas,

con esa profundidad a flor de piel,
con las manos llenas y con las ganas
de olvidar las palabras y el papel.








Quiero saber amarte y no decirlo,
y que no sea necesaria otra verdad

que aquella que me obligue a repetirlo

con mi boca en tu boca, sin hablar.










Quiero saber amarte, amor mio,
como se que tu me amas, mi amor,

pero no puedo negar que te lo escribo,

que yo no se vivir sin lo que digo,

aunque quisiera decírtelo mejor.






Imagem Tchello d'Barros









12/2/10



















Minha boca respira do ar a voz que te diz desde meu peito.






Tu és em meu peito
e meu peito vive em mim,
eu dele.






E é tão inevitável falar contigo dentro,
como o é parar o ar que respiro
e morrer sem dizê-lo.





Por tanto digo-te com meu peito,
retorno-te ao ar,
enquanto espero o regresso de tua boca a minha carne,
a volta das cicatrizes de teu peito,
tua chegada fora do poema e as palavras.







Eu sei que no ar,
estão os nomes de todos os poetas mortos.








11/2/10





















Si te subes a mis manos y por ellas me caminas
y te enredas en mi pelo cuando llegan a él mis manos,
y me peinas la vida que me crece,
y te refugias en mi cabeza como la primera verdad que tengo,
y entras en mí por lo que siento cuando por lo que pienso me invades,
y desciendes por mi sangre hasta mi alma,
que vive en el corazón que la distribuye,
blanca, virgen e intangible por todo mi cuerpo,
y conquistas sin lucha cada verso que creo mío,
cada voz nueva que descubro,
sin razón ni razonamientos,
y en todos los ecos avanzas para que fuera de mí,
el mundo vuelva a su fe en la esperanza,
y sales de lo que soy por todos lados,
y por el alma viajas en la sangre a lo que siento cuando mis manos juegan con mi pelo,
y te encuentro,
y regresas así a mis manos,
y te subes a mí y por ellas me caminas,
si todo esto, amor,
es que estás en mí como yo mismo,
es que me reconoces en cada respiración que busca mi vida,
es que estás aquí,
allí
y allá…
con la misma seguridad de la muerte,
que es un algo inaplazable que solo cabe al final de lo sentido
y que solo como un algo inaplazable cabe al final de este poema,
porque he de terminarlo,
aunque tú estarás escribiéndote en mí siempre.








10/2/10












Sem ti,
eu sou tudo o que sou contigo,
mas faltas-me a mim quando não estás.






Sem mim,
eu sou tudo o que sou em ti,
mas falto-me a mim mesmo.






Sem ti em mim e sem eu mesmo,
falta-lhe algo ao mundo e à vida
e tudo é incompleto mesmo que o seja tudo,
mesmo que tu tudo o sejas, amor,
mesmo que eu te escreva qualquer poema.

















9/2/10



















mátam€





$álvame





o£vídame







Quiero que des vida a estas palabras
que son en sí mismas lo que muere,
no quiero que tu piel me espere,
ni esperar tu piel mi piel quiere,
quiero que llegue el día y olvidarlas.





Olvida conmigo lo que escribo,
¡Mátame, amor, que estoy muriendo!
Vivamos los dos lo que está vivo,
que tu piel en mi piel sea mi olvido,
que yo no quiero seguir escribiendo.







$udor





pi€l




pa£abra








7/2/10



















Carta a Mariana Alcofarado








Amor escondido en la palabra,
cartas de amor desde una celda,
cuerpo perdido por el alma,
alma buscada en la tiniebla.






Pecho atravesado por la muerte,
del que nace la pasión más ardorosa,
mujer de deseo entre lo inerte
que desea el deseo de otra cosa.





Dolor que es solo penitencia
y dolor del sudar por el placer,
entregarse a Dios por la conciencia
sin poderlo después reconocer.





Cartas de amor desde una celda,
palabras que queman, alma espesa,
espíritu olvidado, carne abierta,
cartas de una monja portuguesa.











4/2/10




















Ahora que estoy solo,
seis de la mañana de mi vida,
mientras espero a que la luz nazca
y venga con ella la sensación de vivir,
me siento solo a las seis de la mañana
y vengo con la sensación de que ella,
la luz que nació y que es luz-ainda,
mi vida a las seis de la mañana,
ahora me deja muy solo.




























Aquí solamente hay sangre,
la hemofilia de un hombre,
una hemorragia de su alma.








Aquí solo vive la verdad,
la mayor jamas sangrada,
la herida más dulce nunca antes sentida.








Pero nada de eso es cierto si tú no lo crees,
si sientes que sangro lágrimas de cocodrilo.








A mi nada me importa desangrarme,
porque es en mi esta muerte la vida
y yo sé que solamente vivo moriré.
Lo que no quiero es morir antes de morir,
lo que no entiendo es tu fe en asesinarme.








Si no te crees mis lágrimas,
estarás matando al mensajero,
pero puedes estar segura
de que yo seguiré sangrándolas,
lo creas o no.








No tengo más remedio
(aunque tampoco lo querría),
estoy vivo.








Ahora tú decides la sangre que prefieres,
cual es la muerte que eliges para mi.




















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