Escucho el silencio del tiempo que pasa _ escuto agora o silêncio, me quedo con él y en él, entro en las letras y en los números _ atravesso letras e números, embalo e calo _ las callo y los cuento, busco el prodígio de la relación constante _ afloro o prodígio da relação constante, a assombrosa claridade do silêncio, o encontro transparente da verdade _ el asombro cintilante de la vida ____ SOY pi & phi _


31/3/09
















Tudo o dito até agora tem a ver comigo, mesmo que eu não o saiba, mesmo que eu não o tenha escutado, nem dito.

Porque igual que as vozes doutros, a escrita doutros e o ouvido por outros é o meu.

E da mesma forma que o deles, tudo o meu é seu e tudo o que digo e sei, tem a ver com eles.

Não há outra forma de viver nem de morrer que não seja assim: Do mesmo modo, igual.

Sim bebo já tinha bebido, sim tenho fame já a tinha, sim cresço já fui crescido e sim amo já tinha sido o amor.

Nada novo venho a dar, somente o que me foi dado, e recibo tudo o que foi meu para devolvê-lo.

A única diferença entre criar e reproduzir está na forma na que entendemos as coisas que já existem,
a forma na que escutamos tudo o que tem a ver contigo e comigo,
tudo o já dito.







(Ilustración de Alberto Vázquez)























Pedalar bêbado
em uma bicicleta descentrada
no meio de um terremoto.



Assim é querer amar em lugar de amar,
quando amar é o mais natural do mundo.






(Ilustración de Alberto Vázquez)























Sim,
escuto vozes,
vozes que me falam de falar com uma língua que não se fala,
vozes que me dizem que diga aquilo que não sei dizer,
vozes que chegam em mim desde mim mesmo,
que têm a ver com as coisas que têm a ver contigo,
isto é,
vozes que não se veem e que desejam ser vistas.



Sim,
escuto vozes que se veem com os dedos,
com a boca e com a capacidade de cheirar,
uma sinestesia determinada pela realidade oculta,
um paroxismo no qual perco o sentido e a ação
exaltando os sentidos que me acionam,
ressonância de ecos imortais, eternos.




Sim,
escuto vozes que após um intervalo lúcido,
deterioram o nível de consciência até o estupor,
até um coma induzido que o descarta como traumatismo
e que faz a sinapse mais eficiente.




Sim,
escuto vozes que me levam a voar,
que me evitam ser somente um homem
e me transformam em um arcanjo,
em um espírito bem-aventurado
que oscila na vida que eu,
não sei se vivo ou é somente
que escuto vozes que falam de mim.



De qualquer modo,
esta é a voz que dou,
por se alguém quer escutá-la.





30/3/09














- Are they here?


- Who?


- The voices.


- Oh, the voices are always here.







~







fecho a porta



dev agar
(



atenta à árvore



( devagar-inho



atenta-ao-ninho

























Minha juventude nasce nas cúmes brancas de pedra das mas altas montanhas,

com o sol que as ilumina e as transfigura no que vemos,

nasce através dos braços abertos e secos das árvores mortas de pé,

na erva verde regada pelo água fria dos mananciais,

no vôo desses pássaros que não buscam mais céu que o seu,

no cumprimento matinal e alegre da gente que cruza sem pressa a aldeia,

que leva estrume na cabeça para criar um campo novo a cada primaveira,

nasce na ponte que une os caminhos sobre o río que vai passando,

no moinho que na margem observa como flui o tempo e a água,

nas nuvens brancas que refletem a esperança de uma boa colleita,

nos espigueiros que almacenam, além do grao, uma vontade inesgotável,

no reconhecimento do trabalho de empedrar um atalho de vozes,

nasce na sensação de nadar nú numa fonte de amores,

na vista do vale que se perde imenso desplegándose sobre a terra,

no isolamento do que o tempo me deu,

no esquecemento da idade dos anos que vivim.




Minha juventude nasce ali,
virgem e inocente
e ali morre,
porque o faz aqui também,
entre as palavras que não lhe dão a vida.







(Ilustración de Alberto Vázquez)







29/3/09
















A tentação é falar dum mesmo, dizer que me sinto estranho, sem saber muito bem como vestir-me, tratando de aprender a des-aprender, buscando a verdade no tempo, em todo o tempo que conheço, escutando um eco infinito que chega de forma natural, como se não fora um eco, como banhar-se nú nhuma fonte e correr assim pela montanha.






A tentação é falar dum mesmo,
mas não o faço,
falo de ti.







28/3/09





















O dia amanhece em uma malga de sol,
conosco lá-dentro.


E saímos a procurar couve para o caldo
e vamos à terra
e vivemos nela e dela
e no final do dia,



a noite chega em uma malga de lua,
conosco lá-dentro.





























Um pássaro afogado ao pé dum farol apagado,

o farol com a luz velada,

o pássaro com o vôo perdido,

os dois inconscientes.



O pássaro flutuando morto na água,

o farol dormindo de dia.



São eles sem ser,

os dois inexplicáveis.



A poesia é assim
,
frota do mesmo modo,

ilumina da mesma maneira

e somos nela inconscientes,

pássaros afogados,
farois apagados,

razão de ser inexplicável.











Tudo virá de onde não se volta,




do peito aberto do outro,





ao que ir por sempre com nosso peito aberto,






para que o outro possa vir,

para que o outro possa entrar.















Pousada no Gerés


















Nos vidros,

os poemas de Torga confundem-se com a serra



e o sol entra através deles.

Dos dois.







24/3/09




Fazer amor,





Faire l'amour,




To make love,






Hacer el amor











e nascer ali,
enterradito entre tuas pernas.


22/3/09






~







cavo sulcos na luz

( encerro as tulipas

uso os signos da tarde

(

visto fontes nocturnas

recolho a corrente

da sarça ) que arde




~

21/3/09
















Paz no lugar dos milagres,
onde o oculto se aparece
e o dormido acorda.

Paz no ar temperado,
dentro da água virgem,
na raiz da flor que brilha e nela.

Paz nas cores das coisas,
no seu ser fora de mim
e que a mim vem.

Paz impensada e leve,
que frota entre o não pensado,
que flui entre o vivido
e se sente como se se pensasse.

Paz quase virtual,
mas densa como o espaço
que envolve todo teu corpo.

Paz sublime no céu da terra,
enredada entre as palavras ocas,
dando forma ao escrito,
apesar de tudo.

Paz ubicua e infalível,
batismo, religião, fe,
salvação de todos meus pecados.

Paz agora,
paz contigo,
esta paz tão latente
que dás quando tu és em mim.
















(Ilustración de Alberto Vázquez)


















Desejo-te com a profundidade de um poço,

Desejo-te com o céu aberto sobre nós,


Desejo-te com a longitude de todos os rios do mundo,


Desejo-te com o comprimento de teu corpo,


Desejo-te com a palavra abolida de mim,


Desejo-te com a força deste desejo,


Desejo-te com a boca,


Desejo-te com a gema dos dedos,


Desejo-te com a língua,


Desejo-te com a pele,


Desejo-te com os olhos,


Desejo-te com o que tenho,


Desejo-te com o que não tenho,


Desejo-te com o que tu dás,


Desejo-te com a medida do universo,


Desejo-te com a vontade da fonte,


Desejo-te com o calor do calor do sol,


Desejo-te com o fervor do amor à chuva,


Desejo-te com a transformação da evaporação da água,


Desejo-te com a facilidade das nuvens,


Desejo-te com a transparencia do fluir do ar,


Desejo-te com a dificuldade de desejarte,


Desejo-te co-mi-go e con-ti-go,


Desejo-te assim.


(Ilustración de Alberto Vázquez)






20/3/09


















Cerf-volant,
sem fio a terra.








Cerf-volant
Volant au vent
Ne t'arrete pas
Vers la mer
Haut dans les airs
Un enfant te voit
Voyage insolent
Troubles enivrants
Amours innocentes
Suivent ta voie
Suivent ta voie
En volant

Cerf-volant
Volant au vent
Ne t'arrete pas
Vers la mer
Haut dans les airs
Un enfant te voit
Et dans la tourmente
Tes ailes triomphantes
N'oublie pas de revenir
Vers moi.




















Eis de, sem mais, tocar a terra que me foi prometida,
eis de sentir o amor natural,
beber a água das fontes,
apanhar-me ao anoitecer e despertar ao alba,
perder os medos a habitarme,
reconhecer a cor das flores,
explicar os pássaros.











Eis de sentir-me tão vivo,





que alcance a Poesia











e esqueça para sempre a este poeta












que procura a terra que lhe foi prometida.

















Descobri onde estão as coisas que não são

e como nomeá-las para inventá-las.



Chamei ao beijo, beijo,
ao ar, ar,
à voz, voz
e à palavra, palavra.


Desta maneira,
cada vez que invento o que não está,
o imagino.





Mas tu não és verdade aqui,
nem eu posso concebirte
além que quando vejo teus olhos com os meus.
Tu vives unicamente na verdade,
tu és,
e nomear teu nome não te constrói.




Somente a palavra como palavra,
renomada, fabricada,
inventada como coisa que não é,
é certa quando é escrita.








A palavra e tu,

ela é a única verdade aqui

e tu a verdade fora dela.


(Ilustración de Alberto Vazquez)





19/3/09











Mulher sem estrutura condicionada por se mesma,
independente das cidades e as tríbus,
caminhante de dimensões extrasensoriais,
que não admite recursos como placebo,
que não foge de nada que ela possa sentir,
que mata a dor com uma dor maior,
atenta ao que brota das coisas inertes,
capaz de dar-lhe a vida à vida,
bailarina das suas danças de amor,
criadora de coreografias imensas.














Mulher desnuda com o corpo aberto,
cheia de cicatrizes de feridas curadas,
recipiente para ser enchido de certezas,
alma acima de min,
pranto do prazer do esquecimento e a lembrança,
menina de ecos de sinos de ventos,
filha de quem cantava os sinos que escuta,
sinos que a chamam para Ir.




Mulher etérea e consistente,
nuvem do céu que é e não é,
debaixo da qual voam os pássaros perdidos,
árvore de sombra verde e fresca,
fonte de água profunda e natural,
erva sobre a terra.




Mulher que sei e que aprendo,
des-aprendiendo o sabido,
cada vez mais vencido pelo tempo,
a cada dia mais convencido de ti.




Mulher.





(Ilustración de Alberto Vazquez)




















Encontra um significado para os pássaros

e terás o que significas tu para mim.


Há momentos do dia em que tu és tudo o que levo dentro,

até ser inclusive eu

e há outros momentos nos quais és tudo o que me rodeia,

até ser inclusive tu.



Um pássaro voa no ar,

é pássaro,

se sente pássaro ele mesmo,

reconhece-se voando,

livre,
leve,
fluído,

ate existe,

mais não é pássaro sem ar.




Eu sou pássaro às vezes
e às vezes tu és eu quando vôo.




Tu és o ar que me faz pássaro inexplicável
e significas o pássaro que eu sou em mim.









(Ilustración de Alberto Vázquez)






18/3/09








En verdad, en verdad os digo
que las raíces de mis flores se alimentan de ella,
que en ella nacen, crecen y viven,
que por ella ven el sol.





















Y también os digo,
en verdad os digo,
que no necesitan más luz que la de sus ojos
para ser del mundo y el mundo,
que no precisan más cielo que el suyo
y que esto que os digo,
esto que en verdad os digo,
se lo estoy diciendo solamente a ella.









"Mesmo que os meus versos nunca sejam impressos,
eles lá terão a sua beleza, se forem belos.
Mas eles não podem ser belos e ficar por imprimir,
porque as raízes podem estar debaixo da terra
mas as flores florescem ao ar livre e à vista.
Tem que ser assim por força.
Nada o pode impedir."
Alberto Caeiro (7-11-1915)






16/3/09



















Laranjas, mel e o aquoso da pedra,
copo que recebe e guarda a liquidez do tempo,
o fluído do ar que é vento tranqüilo e denso,
a respiração da eterna terra prometida.















No simples de Ser se esconde
toda a complicação que não somos.






Laranjas, mel e pedra,
tão transitáveis como a vida
quando me suspendo de ti.





15/3/09








Minha palavra como corpo,

mas não meu corpo como palavra.








Corpo como corpo,
unicamente,
calado em mim e em ti,
sem mais nada que dizer,
sem prostituirlo com palavras.


















Corpo parado em movimento constante.

Impossível?

Não,

o tens provado agora mesmo,

ao lê-lo.













A palavra,

quieta,

calada,

caminhando eternamente a vozes.





14/3/09











Como não respira a cidade!
Que entre seu próprio lixo
amanhece imóvel e pálida,
estranhando à lua blanca
que já a desabitou.
















A cidade está morta quando nasce
e vivida pelos seus mortos achará
que cresce em um novo dia.






E levanta seus muros,
suas paredes de sombras,
seu refúgio para o medo.












Abre os olhos!
Que a cidade morta se levanta,
mas déjame seguir dormindo,
que sonho que não vivo aqui,
que vou entre pássaros e flores.

















13/3/09









Sei que passarão os dias,













que o vento passará,













que passará o río,














o pássaro passará













e o caracol.














Mas todas as coisas que os dias,
o vento, o río, o pássaro e o caracol têm,
permanecerão eternamente passando,
como tua mão pelos meus olhos
ou meus olhos por tua pele.












Moro nhuma casa desabitada
à qual só concorrem duas coisas:
Uma é meu silêncio,
a outra é o sonho do teu pacífico sorriso.



A uma me fala de ti,

te fala de mim

e nos cala.



A outra faz com que do teto,
caiam sobre mim troços de céu,
leves flocos brancos de ti,
que se vão coalhando no peito.















Cheio a casa com ambas coisas
e me habitam as duas sem medo.

















Acho absolutamente que não tenho nada,
que não há nada em mim que me doa,

nada pelo que me tenha que ocupar.




Acho também que não obedeço ao sofrimento,

que não integro a um Deus bom nem mau,

nem justifico com palavras nenhuma dominação.




Acho que todos os milagres
são feitos por quem cree neles

e que querer crer não é suficiente,

porque, além disso, a fé é necessária

e ninguém pode crer em milagres sem ela,
a não ser os que os fazem.











~







[ casulo e po ço

mulher-ped-aço

cabeça-o ca













.













Se parto de crer que eu não sou o que penso, da sensação que o pensamento se interpõe entre eu e eu mesmo, fazendo-me impossível chegar em mim pelo arrazoado pensado, eis de concluir então que eu não sou eu quando penso e que o que penso não me deixa ser eu, aquele que fui.

Sim isto é assim, e eis de sentir sem arrazoado para ser eu, que ninguém me peça explicações para aquilo que faço, para as coisas que somente a lógica do raciocínio pode entender, porque eu não poderei dá-las sim não sou eu no pensado.

E se alguém me pede explicações para o sentido, se alguém quer saber porque sinto, também não as darei, porque o que pergunte pelo sentido, o fará desde a parte dele mesmo que não é ele, porque o fará pensando qual pode ser a explicação e o pensamento se interporá entre ele e o que ele é, aquele que foi, como a crença de partida.

Eu não posso explicar o que penso, porque não sou eu quando penso e não posso explicar o que sinto, porque ninguém é ele quando pergunta.

E não sinto nada disto, porque o tenho pensado.





12/3/09







O mais difícil de escrever,
é não fazê-lo,
por muito
estranho que pareça.
















Como agora,

que não escrevo nada
do modo mais doloroso.





11/3/09






~


ante-primavera (





)( hibrida-mente



habito




uma-flor-amarela









~

7/3/09











I

Eixo do assombro sobre o qual giram
todas as manhãs que me despertam à vida,
as fontes de água que emanam rios,
as planícies das flores de todas as cores,
a inutilidade das palavras e a sua necessidade.




II

Eixo do assombro que pre-sinto,
que sinto
e post-sinto ,
que pre-paro,
no que me paro
e re-paro.





III

Eixo do assombro que me atravessa
e me leva por um caminho verde,
sem fronteiras de países nem de línguas,
cheio de uma única voz e um só silêncio.




IV

Eixo do assombro que me aquece,
que emociona todos os sentidos,
que os transforma em verdadeiros
até senti-los inconscientes,
que me os devolve para dá-los.









A origem da terra e seus raízes.

A alma do sentimento de ti.

A rota entre nós,

A pele do corpo que damos.







Eixo do assombro,
ali me encontras vivo.

















Poetas e profetas,
na hora verdadeira,
podem ir-se todos à merda.






Nem uns nem outros nos salvarão de nada.





É melhor uma mão,
um pé,
um olho,
uma boca...





Qualquer coisa antes que a fé em discursos e palavras,
qualquer coisa antes que acreditar neste poema.




















Casa Agrícola,
cheia de sementes,
com cheiros da terra,.
com formas para comer e beber,
com dispensadores de fertilizantes,
remedios para as pragas,
com cuidados para a erva
e todo tipo de ajudas
para fazer a vida crescer.











Tu,
Casa Agrícola,
sem horário de fecho.





6/3/09









Prefiro um só eco do silêncio teu
que milhões das minhas palavras.




Prefiro calar-me de mim a não escutar-te.





Prefiro que feches-me a boca,
que agarres-me as mãos,

e dizer-te assim o que não escrevo
e que tú me contes o calado.



5/3/09
















Eu digo que já vou e mal vou,
e é a pena de não ir a que me doe,
e volto a dizê-lo e ja não estou,
porque vou em qualquer pássaro que voe.







Digo que não vou e aqui me tem,
inventándome desculpas para ir,
e eu volto a dizê-lo e mais além
segue latindo esta verdade de sentir.







E ainda que diga que não vou os dois sabemos,
que não é certo, que eu vou, mas demorando
e os dois centenas de ventos doçes voaremos,
porque eu vou em qualquer pássaro voando.













Boca de homem com corpo
à boca do corpo da mulher,





e mulher de corpo de boca
ao homem de boca ao corpo.















Assim é a fusão das bocas nos corpos
a integração dos corpos nas bocas,
a paixão.


















O Douro é um río de vinho,
é un río de vinho,
que tem a foz em Liverpool e em Londres...


Con una copa de oporto
Milord contempla en la lluvia
indicios de un sol remoto.

Dos copas le van poniendo
en los ríos de la sangre
el suave calor del sueño.

Con tres copas se le entregan
mujeres de blanca piel
que inventa la chimenea.

Con cuatro copas el mundo
es un jardín entrevisto
con árboles de oro puro.

Aunque cinco copas beba,
lo que no sueña Milord
es la sed de quien vendimia
en Oporto bajo el sol.

O Douro é um río de vinho que tem a foz em Liverpool e em Londres




Com uma taça de oporto
Milord contempla na chuva
indícios de um sol remoto.

Duas taças lhe vão pondo
nos rios do sangue
o suave calor do sonho.

Com três taças se lhe entregam
mulheres de blanca pele
que inventa a chaminé.

Com quatro taças o mundo
é um jardim entrevisto
com árvores de ouro puro.

Mesmo que cinco taças beba,
o que não sonha Milord
é a sede de quem vindima
no Porto baixo o sol.

O Douro é um río de vinho que tem a foz em Liverpool e em Londres.



Antonio Pereira
Do seu poema "Oporto, Sir",
no seu libro "Cancionero de Sagres",
musicado e cantado por Amancio Prada.















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