Desapareceu a neve,
mas as provas de amor não estám aqui nem poderão estar numca,
procura-ás em outro lugar, como eu tento fazer.
mas as provas de amor não estám aqui nem poderão estar numca,
procura-ás em outro lugar, como eu tento fazer.
Phi -φ
O desaparecimento da neve está inscrito aqui,
palavras cheias de vazios que,
ocultas e ocas,
esperam ao desgelo para ser mal o que são,
um manto, um véu, um visillo
que substituem as provas de amor
É possível que assim seja a escrita,
o que somente conhecemos
quando a virgindade do papel desaparece
e o pensado se nos amostra nele.
E então o escrito cai sobre nós,
nos cobre ,
achamos que nos abriga,
às vezes que é suficiente,
outras vezes que é primordial
e algumas, inclusive, imprescindível.
Mas não é assim,
não deveria ser assim,
não pode ser assim.
Como a memória é curta,
necessitamos recordatórios
e armazenamos livros,
frases,
poemas,
contos,
literaturas.
O desaparecimento da neve tem que descobrir outra coisa,
porque o escrito, a palavra,
o que sabemos que está aí mas não se vê,
por muito que o digamos,
por muito que o encontremos,
não pode substituir ao amor.
Sim o desgelo não nos deixa livres
para dar provas de amor,
de todo o amor,
do amor por tudo,
o desaparecimento da neve
seguirá sendo uma mentira,
só meteorologias,
seguirá sendo literatura,
só um meio de expressão,
não o silêncio do que sentimos.
Bem,
E agora que?
Sabido isto,
Como o integro em mim,
que para poder dizê-lo,
que para poder senti-lo,
necessito do desaparecimento da neve?
Será des-necessitando,
des-aprendendo,
fazendo o exercício de não pensar,
mas,
Como se fai isso?
Em que forma posso ir-me do que acho que sou,
mesmo que não o seja e em parte o saiba,
para ser aquilo que não sei que sou,
mesmo que o saiba e em parte o seja?
Como se fai para ser não sendo,
como para não ser sendo?
E nisso ando,
nessa profundidade tão honda,
que está tão perto da superfície,
como o está a erva que cobre um floco de neve.
O desaparecimento da neve está inscrito aqui,
palavras cheias de vazios que,
ocultas e ocas,
esperam ao desgelo para ser mal o que são,
um manto, um véu, um visillo
que substituem as provas de amor
É possível que assim seja a escrita,
o que somente conhecemos
quando a virgindade do papel desaparece
e o pensado se nos amostra nele.
E então o escrito cai sobre nós,
nos cobre ,
achamos que nos abriga,
às vezes que é suficiente,
outras vezes que é primordial
e algumas, inclusive, imprescindível.
Mas não é assim,
não deveria ser assim,
não pode ser assim.
Como a memória é curta,
necessitamos recordatórios
e armazenamos livros,
frases,
poemas,
contos,
literaturas.
O desaparecimento da neve tem que descobrir outra coisa,
porque o escrito, a palavra,
o que sabemos que está aí mas não se vê,
por muito que o digamos,
por muito que o encontremos,
não pode substituir ao amor.
Sim o desgelo não nos deixa livres
para dar provas de amor,
de todo o amor,
do amor por tudo,
o desaparecimento da neve
seguirá sendo uma mentira,
só meteorologias,
seguirá sendo literatura,
só um meio de expressão,
não o silêncio do que sentimos.
Bem,
E agora que?
Sabido isto,
Como o integro em mim,
que para poder dizê-lo,
que para poder senti-lo,
necessito do desaparecimento da neve?
Será des-necessitando,
des-aprendendo,
fazendo o exercício de não pensar,
mas,
Como se fai isso?
Em que forma posso ir-me do que acho que sou,
mesmo que não o seja e em parte o saiba,
para ser aquilo que não sei que sou,
mesmo que o saiba e em parte o seja?
Como se fai para ser não sendo,
como para não ser sendo?
E nisso ando,
nessa profundidade tão honda,
que está tão perto da superfície,
como o está a erva que cobre um floco de neve.
(Sim procuras com o rato acima do começo do texto, descobrirás o que a neve cobre)
1 comentario:
Difícil não se ser quando se alcança o mais profundo, o imenso.
A brancura a desenhar-se nos sonhos do vento.
Beijinhos, pi & phi
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