As palavras devem ser as pedras que formam as pontes que unem as margens de algum caminho, devem ser um viático para a jornada na qual se precise, devem ser a semente plantada sem esperar o fruto, devem ser necessárias no mínimo para seguir viajando.
Quando não são assim, quando se transformam no próprio caminho, quando são o único sustento, quando a esperança da colheita e se transformam na razão da viagem, um deve refletir sobre as palavras fora delas, deve tentar fazer o exercício de sentar-se na margem da vida e sentir um momento o tempo da vida passar diante dele.
Sim não o fez assim, sim se continua como se nada passasse, corre-se o risco de ser fagocitado por elas, de ser arrastado pelo caminho.
Acho que somente devemos adsorber as palavras, não absorvê-las, idealmente.
O que ocorre é que nem sempre é possível, nem sempre se pode escapar da influência que exercem sobre nós aquelas coisas que, em lugar de vir de fora, levamos dentro, nem sempre podemos fugir de nós mesmos para encontrar-nos.
As palavras,
antígeno que forma anticorpos para nossa defesa e contra cuja ação reage especificamente ou vírus de estrutura simples que se reproduz em todas as células vivas de nossa existência.
As palavras,
que podem dar-nos a vida ou quitárnosla e não sabemos quando fazem uma coisa ou outra, sim quando nos levam elas pelo caminho ou quando nós as levamos a elas.
1 comentario:
na dúvida,
? des-prendê-las
lar-gá-
-las ,
*
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