Trilogía de
A – MAR – TE
M
A
R
T
E
“A uma mulher planáltica e transmontana,
Prefiro um só eco do teu silêncio
que milhões das minhas palavras,
prefiro calar-me a não te escutar.
Prefiro que me feches a boca,
que me agarres as mãos,
dizer-te assim do que não escrevo
e que tu me contes calando.
I
A -
II
- MAR –
III
I
A -
A - onde há de ir um homem
encontrar provas de amor
para saber que o amor está nele?
Está em mim o que tenho para dar,
é só em mim que hei de procurar
e é em ti que está a prova do que em mim há.
Irei até onde estás para mim,
irei até mim para chegar a ti,
hei de encontrar a prova que o que escrevo
é o amor e és tu.
II
- MAR -
Foi toda a terra – MAR - um dia,
mas o mar se recolheu,
negou seu poder imenso
e cedeu à terra seu lugar para nascer.
E assim viemos ao mundo tu e eu.
Tu no meio de fósseis secos ,
buscando a água nos poços,
sentindo o vento nas costas,
o eco dos sinos,
plantada na terra como uma árvore.
Eu sem mais raiz que a tua,
com a vaga lembrança de levar-te no meu ventre
revivido pela tua fé uterina,
pelo teu profundo Ser no lugar
que ofertei ao ar para que nascesses.
E hoje sou cada vez mais a tua terra,
cada vez mais o vento em tuas costas,
cada vez mais uma borboleta que foge da água
para transformar-se em botão de flor
III
- TE
- TE de terra,
de telúrico,
te de ti.
A ti vai tudo o que flui no líquido,
seja água, ar ou amor.
A ti vai todo o escrito,
todo o sentido nesta prova de amor
que sai de mim e és tu.
A-mar-te é o final das palavras,
o final dos verbos,
é a carne da terra.
A – MAR - TE nesta trilogia
de ser, de ir e de chegar.
1 comentario:
de ser de ir e de chegar
repetiu o eco,
*
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