Escucho el silencio del tiempo que pasa _ escuto agora o silêncio, me quedo con él y en él, entro en las letras y en los números _ atravesso letras e números, embalo e calo _ las callo y los cuento, busco el prodígio de la relación constante _ afloro o prodígio da relação constante, a assombrosa claridade do silêncio, o encontro transparente da verdade _ el asombro cintilante de la vida ____ SOY pi & phi _


30/11/09








No hay ningún momento que precise un poema,

no existe segundo alguno que lo demande,

ni tiempo que lo necesite.








Un solo poema esta de mas para una vida entera.


















Basta con saber esto para ser un poeta,

basta con amar para no escribir nunca

el mas in-existente e in-creible

poema de amor jamas soñado e in-scrito.






29/11/09

ODE AO EXAUSTOR!





Oh, exaustor!
Que tiras o fumo da cozinha,
o ar viciado e malcheiroso,
só e com constância
e uma extraordinária exacção.

Oh, exaustor!
Nunca exausto,
sempre exacto,
nunca exíguo,
sempre exímio.

Oh, exaustor!
Que tomas o pior do que há
para deixar o melhor,
com excelente exibição
da tua exaustiva execução.

Oh, exaustor!
que exprimes o mais exigente
explicitas o mais extático,
arte exógena pura.

Oh, exaustor!
Eu te exorto,
te exijo continues com o teu exercício,
com o extermínio do exército
dos execráveis compostos do expandido ar da cozinha!

Porque nem na Worten,
nem no AKI,
nem em Rádio Popular,
nem em Media Markt (Eu é que não sou parvo)
nem nenhum outro habitat da tua espécie,
vou encontrar outro como tu,

Oh, excelso exaustor!






.








28/11/09









Me duele la cabeza,
ayer bebí mucha cerveza.


Luís hablaba de mi poesía como algo con entidad propia
y tu estabas de acuerdo, como si fuera así la realidad.


Yo sentía y me sentía,
era una mezcla de vanidad, incredulidad
y la conciencia de saber que crezco,
que ando un camino que no va a ninguna parte,
un camino que lleva.


Entre medias, Dios,
la verdad,
la infertilidad,
el infierno,
la mujer y el hombre,
la fatalidad,
salir a fumar un cigarrillo,
el amor (siempre el amor),
la pasión,
sociología mezclada con filosofía
y aderezada con arroz, vino y cerveza,
llamar y hablar con David,
yes I am here.


Después fuimos a esa celebración,
tus amigas, tus amigos,
yo era feliz viéndote feliz,
bailamos,
nos besamos.


Todo habría sido perfecto,
todo habría sido pluscuamperfecto,
supercalifragilisticoespialidoso,
de no ser porque mi poesía aun no existe,
de no ser porque yo estoy aquí,
I am here,
con este dolor de cabeza,
escribiéndote cuanto te quiero.


Ayer bebí mucha cerveza.

















27/11/09





Proponho uma revolução. Sem alardes e quase sem gritos. Sem grandes movimentos de volumes. Será um gotejamento lento e contumaz; um sussurro todas as noites enquanto dormem. Proponho um boicote aos de gravata fosforescente, uma reeducação aos de camisas limpas e passadas a ferro.
O plano é aparentemente simples. Começarei eu mesmo. Conseguirei um trabalho de estacionar carros no melhor hotel da cidade. O desempenharei com eficácia e amabilidade. Cumprirei todos os dias as exigências do meu emprego com a maior das disciplinas e sem levantar suspeita alguma. Serei servil com o banqueiro encapado em meu ridículo fato de cores pirosas e boné de prato. Entregar-lhe-ei sua grande berlinda com celeridade e com um sorriso; nada poderá avisa-lo do que se vai desencadear. Um dia, quando procure seus óculos de sol no porta-luvas encontrarar-se-à com um poeminha de Rimbaud; o lerá; e já estará tudo em marcha.
Ele será o primeiro, mas haverá mais, pouco a pouco, em todos os autos.
Quando o advogado triunfador, seguro de si, desça o guarda-sol, lhe cairá voando devagarinho uma ode de Walt Withman.
Nos carros oficiais dos gerais ordenei primorosamente versos de Benedetti no depósito da água; quando lhe dêem ao limpa-vidros o pára-brisas começará a desenhar-lhes "Corpo Docente" ," Uma mulher nua no escuro" ou qualquer outra.
Em meu carro destrambelhado conectei os poemas de Cortázar às luzes de cruzamento e vou pelas noites deslumbrando aos demais com " Canada Dry" e tantas mais.
A um taxista que trouxe do aeroporto a um desenhista de moda lhe instalei nas luzes do tecto que marcam as diferentes tarifas uns poucos versos de Pessoa, Álvaro de Campos, Alberto Caeiro e Ricardo Reis, para que vão mudando segundo lhe dê ao taxímetro.
Enchi um olho-d'água da bomba de gasolina do meu bairro com o Cântico Espiritual de São Juan De La Cruz, e agora, quem se assoma à janela, vê sair o misticismo dos canos de escape. Amanhã vou pintar as rodas do carro do presidente com Ángel González; o farei com pintura de água para que quando chova nos deixe as ruas perdidinhas de Angel.
Fica ainda tanto por fazer!
Será uma guerra sibilina e subtil contra Notários, um calhau no sapato dos jornalistas a cada dia; serão curto-circuitos nos semáforos. Com o tempo se irão empapando os políticos, terão os juízes remorsos, Nadal começará a tirá-las fora. Nas fotos dos radares aparecerá gente disfarçada de palhaço ou de Spiderman. O Papa desdobrará uma camisinha na intimidade de seu banho pensando: e se estiver certo? Os jogadores de futebol entrarão sorrindo nas bibliotecas. Os policiais se abraçaram entre eles (quando tirem o uniforme nós também nos deixaremos abraçar por eles). A África seguirá dançando. Será um jorro lento e imparável mudando nossa história.



Y.P.T












.












.

26/11/09





~


monstro s









era uma mulher

que estranhamente vivia

em si

entrava e saía do seu ovo

ora muito feliz

ora pouco infeliz

] e não menos

es tra nha mente

este poema é só assim

assim-apenas

[ somente as sim

e

acaba mesmo subita mente

sai a mulher

acaba aqui

segura o ovo acaba

em pi







.

















Monstro minúsculo e latente,
coração tão desgraçado,
grão semeado com a semente
do esquecido e nunca arrumado.





Monstro duma só cabeça,
dragão que vomita sua fé,
com aquela fereza certeza,
de quem acredita naquilo que não vê.





Monstro que esconde a menina
que soltamente pretende dançar,
só escutar ao seu pai cantar
aquela canção tão pequenina.





Monstro obrigada a ser monstro,
a percorrer o seu próprio caminho,
monstro do medo disposto
a fazer um grelhado entrecosto
com um medo tão mesquinho.




Monstro com corpo e nome,
que habitas na alma do tempo,
que reconheces o desconcerto
de ter esquecido aquele vento
que trouxe ate ti o teu homem.





Monstro que merece o perdão
que todo monstro merece,
monstro que no castigo cresce,
e perece na sua solidão.





Monstro isolado e vadio
do mundo e sua mudança,
monstro, a menina dança,
e seu pai no algaravio
faz que a agua do rio
nunca precise vingança.

























Podem as palavras argumentar tudo,


levantar teorias do mais esquisito e incrível,


perante as quais,


nenhuma palavra pode ser contraposta.





Assim, a palavra vence a própria palavra,


a palavra cala ante ela.





Por vezes, o vencido e o ganhador.
















Foram tempos complicados para mim,
nos quais as minhas palavras,
estranhamente significavam nada que não fosse um discurso,
uma espécie de encargo da minha insatisfação.




Mas sempre isso, palavras a rolar sobre si mesmas,
numa transparente mimese de mim mesmo como circulo,
como labirinto impossível de decifrar e de abandonar.



Foram tempos nos quais eu ainda não sabia que precisava de mim,
nos quais os simbolismos, os eufemismos, as metáforas,
todas as figuras da linguagem escrita,
apontavam ao universo do amor que eu sim sabia que precisava.



Naqueles tempos,
o amor não tinha caminhos,
as palavras não eram,
nem respiravam,
nem faziam as suas assas cambalhotas no ar,
nem sequer descolavam de mim,
só precipitavam a um tornado concêntrico e absorvente.



Foram os tempos nos quais as palavras eram palavras.



Hoje, qualquer posse pensar que as minhas palavras só são isso,
mas eu sei que não.



Hoje são os tempos de eu rolar nelas,
numa transparente mimese de mim mesmo rolando em ti,
tu também um labirinto impossível de decifrar e de abandonar.



Hoje são sangue que eu tenho,
respiração que eu respiro,
são eu próprio a precisar do amor,
amor que já precisava,
embora sem saber que precisava de mim nele.



E vou no amor primeiro,
porque e o amor o que me inscreve as palavras no sangue,
e vou nas palavras depois,
porque e nas palavras da minha sangue onde vai o meu amor inscrito.



Hoje,
sendo hoje todo o tempo no que te escrevi palavras,
todos os hojes dos que falo,
não faço catarse nenhuma,
não preciso de qualquer fantasma as voltas,
não preciso de círculos, nem de labirintos
que não sejam os dos teus olhos,
para onde sempre fluíram as minhas palavras de amor
desde o preciso momento em que olhei para eles,
quando vim um pássaro voando pelo chão
e soube que tu ias nele viajando
e eu precisei saber dessa viagem
e partilhar contigo a terra e o céu,
ainda antes de ver teus olhos com os meus.



















24/11/09


















Sei que eu me trouxe aqui,
sei que venho sem nome, sem estatura
e com a vontade clara e limpa
de aprender a des-aprender.



Sei que posso des-entranhar-me do entranhado
para re-encarnar-me em mim,
para ser eu quem escreve estes versos
e não um poeta que nunca existiu.



Sei da dificuldade de receber tudo o que me é dado,
do complicado de aceitar as coisas porque são assim e nada mais,
mas antes nem isso sabia.




Sei que abrir os meus olhos e ver-te,
é minha prova de amor,
a que me é dada.



Sei que quando os abres tu e me vês,
começas a crer que me recebes,
já quase percebes que sou teu,
mesmo que ainda te falta a fé cega,
a de não abrir os olhos para ver,
porem, percebo,
foram muitas as fugas,
poucas as provas,
esse e um percurso a fazer.




Sei também que no nome que não tenho,
cabe Afranio do Amaral,
o respiro como a um filho que vive morto,
algo difícil de explicar e de entender,
até para mim mesmo,
mas hás de sabê-lo como eu sei da sua inexistência.



Sei que a partir daqui,
o caminho será caminho
e sei que ir-ei por ele,
porque sei que existo,
porque sei que posso,
porque sei que o sinto,
porque sei que vem de ti,
como um pre-sente.



Deixa correr,
como a agua.







23/11/09




















Soava em um labirintho escuro

a voz de um corvo preto que dizia:

“Nunca mais”





Uma menina desnudava Barbies e as vestia,

alheia ao corvo, a sua mensagem

e a todos os corvos do futuro.



Sobre a mesa cerveja e cha,

frio e calor para a garganta.



Um senhor de idade falava de seu pai

como se falasse de um desconhecido,

ainda sabendo quase tudo sobre ele.



Uma viola fazia ruídos estranhos,

cacofonias de um quarto noturno e visitado.



E entre todo esse quadro,

minha mão estava cheia de uma luz

que provinha de mim mesmo,

que tinha chegado a mim voando num pássaro,

que não era um corvo,

eras tu,

e “Nunca mais” voltarei a abrir a janela.










22/11/09


















~



Explica os pássaros!!



~






21/11/09



















A fianólica hoje deitou
a jaula dos brancos ratos,
o algodão do ninho voou
e eles voaram desde o alto.

Aterraram assustados no solo,
como se houvessem alunado,
tadinhos, acostumados ao colo,
em outra não se tinham olhado.


Foi para eles uma grande aventura,
sentir a livre sensação da alegria,
mais a vida de rato e muito dura,
e voltaram para a sua jaula escura,
desejando voltar a cair outro dia.















Na fluente intensidade do amor que me vem à alma, ao espírito, ao corpo, a tudo o que não é tangível e ao que sim o é.


Na sua indescritível presença em mim, tão verdadeira como as lágrimas que choro acima de tudo o que me dou, te dou e dás, tão leve como os pássaros inexplicáveis que tanto aprendo contigo.



No constante sentir desta voz, que soa em mim como o eco da vida que não vive nela, aquela na qual ser-emos nós.


Em todos os lugares e cantos que não saem nos mapas porque não há caminhos que a eles levem, porque só se podem alcançar em um mesmo.


No segredo mundo do que sou, floresces tu, querida, elevando meu coração vermelho até as nuvens, como o água da chuva eleva as papoilas nos campos planos e altos da primavera.



Então, em um milagre maior que qualquer dos que todas as civilizações conheceram, florescemos, em simbiose, unidos pelo talo, pelo centro de nós mesmos, por onde nos corre o sangue que só é dos dois, juntos na terra e transformados em uma só flor.



















E por todas as demais coisas, só pode minha estúpida razão, meu absurdo cérebro de homem, pedir-te perdão com palavras, porque nada importa, aliás aquilo que me faz Ser ao teu lado.








20/11/09








Conhecim mulheres com muitas formas,

mulheres grandes,

pequenas,

com quadris ajustadas,

com quadris hiper dimensionadas,

mulheres de olhos azuis,

de olhos pretos,

sem olhos,

mulheres de peitos pequenos,

de peitos voluptuosos.

de peitos maternais,

mulheres de pernas compridas,

de pernas rígidas,

de nariz feia,

de nariz incluída,

mulheres de cu grande,

de cu sob medida,

de lábios inertes,

de lábios candentes,

mulheres de vagina aberta e úmida,

de vagina escondida,

de braços que abraçam,

de braços que empurram,

de mãos que abrem mundos,

de mãos que os escondem.

mulheres de pés redondos e grossos,

de pés retangulares,

de cabelo da cor de uma noz,

de cabelo comum e estupido,

de costas acolhedoras,

de costas planas,

mulheres de pescoços com marcas vermelhas,

de pescoços desaparecidos.





Já conhecim muitas mulheres
e de todas me esqueçim contigo.





O que não tenho esquecido,
são os homens que não tenho conhecido
e que tu ainda conheces.




















19/11/09





~









não esqueci, senhor, que

have-ria que sucumbir à

bran-cura das manhãs

para que as tardes

sacudissem as asas

] para que as noites

fossem de azul-sucu-lentar

flori-ficassem

fruti-ficassem ][ medronhos

nozes-alecrins [ de-luas-lu ar








.





















Nem em uma palavra,

nem no princípio de uma palavra,

nem no silêncio do qual nasce a palavra,

nem no silêncio ao que a palavra volta,

nem no espaço segredo da aprendizagem,

nem no segredo espaço do esquecimento,

nem no intimo dor do medo,

nem no valor de falar com a dor,

nem no desejo de explicar os pássaros,

nem na certeza dessa impossibilidade,

nem na beleza de ambas coisas,

nem na fuga constante da realidade,

nem na sua constante presença na fuga,

nem nas coisas que não soube,

nem nos feitos que não fiz,

nem nos ventos que não voei,

nem no amor de Deus,

nem em todo o céu caindo sobre a terra,

nem em toda a terra subindo ao céu,

nem em nada que tenha medida,

seja dimensão, espaço ou tempo,

nem em nada que não a tenha,

nem em nada do que anteriormente escrito,

nem em nada do que anteriormente não escrito.





Em nada serei eu sem mim

e em nada serei eu sem ti.








18/11/09









És em um alvo e leitoso río de calor



e de uma corrente de força viva.







És no fértil, aberto e redondo lago



no qual o río ganha seu sentido.







És no flutuar da tranqüilidade



do tempo que te dará a forma.







És no momento no qual serás



como todos achamos que fomos.







És agora,



agora que não és



minha filha.



































Nunca te amare

como si ya te hubiese amado.





Cada vez que te ame,

seré otro, distinto,

diferente, renacido,


como la nieve nueva y blanca


que es blanca y nueva cada vez que nieva.






Nunca te amare

como si ya te hubiese amado,

ni siquiera ahora,

que vuelvo a amarte,

en medio de este frío,

tan portugués y tan mio.








17/11/09
















Hei-de andar este mar,
no qual minha alma se afunde,
no qual flutua meu nome de amar,
no qual vou afogar meu costume.



Hei-de nadar neste caminho,
por onde
rola minha vida a rodar,
em amor, em álcool, em teu olhar,
nas coisas que imagina o destino.



Caminhando e nadando quero,
viver e sentir que estou vivo,
amar-te, amor, o primeiro,
ser eu todo em ti inteiro
esquecer o mundo contigo.
















Tu nasceste sozinha,
foste menina sozinha,
cresceste sozinha,
abandonaram-te,
abandonei-te,
abandonaste-te ao ar,
do acaso ao ocaso,
abandonaste teu corpo a outros,
e os abandonaste depois.

Eu o abandonei tudo,
abandonei o que fui,
o que me retinha no abandono,
abandonei a infelicidade estagnada.

E agora,
abandonamo-nos um no outro,
tratando os dois de esquecer a dor
que nossos abandonos nos causaram,
tratando de encontrar-nos,
de não perder-nos no abandono,
nem abandonar este caminho.








15/11/09








Disse [cienaga] para ver se tu adivinhavas seu significado,


e tu pensaste em uma [cienaga].

















Agora digo que não é possível afundar-se em nenhuma [cienaga]



porque tu adivinhas o que significam as palavras.







12/11/09




~









o teu nome é

´aquele que fez das palavras

caminho`

[ teu nome colo-vermelho

de veludo

antigo,




.









Ainda não sei nem aprendi,

qual é o meu nome de amar,

o meu próprio poderia servir,

se é que eu o sei inventar.




O nome que tenho é Rafael ,

eu sei que assim me chamo,

e sei, mesmo que ecoe estranho,

que o meu nome ainda não sei.




Diz tu o meu nome de amar

enquanto eu faço amor contigo,

e escuta o nome que eu digo,

que é o teu e sem ele nao consigo

nem saber como me hei-de chamar.
















11/11/09


















Como teria gostado


que tivesses tú quatro braços


e fizesses com eles dois laços


que envolvessem meu corpo suado!








Como teria gostado


ter eu quatro braços igual


e guardar com eles mais sal


do qual teu corpo em mim tem deixado!








Mas só temos a quantidade normal,


tú tems dois e eu dois tenho,


e é assim que aos teus laços venho,


e é assim que vems tú no teu sal,


e da maneira mais natural,


são quatro os braços que temos.














9/11/09







Pousa em meu colo,



adormece em meu acalanto,



em minha cantiga de ninar



e sente como meu coração,



te embala dentro de mim




com cada latido do teu.




Pousa em mim, pássaro inexplicável.









































As palavras e os desenhos são a mesma coisa,


podem des-fazer-se, es-quecer-se, perder-se...


mas sempre estão em algum lug-ar.








Desenho de Xavier Magalhaes para phi.








6/11/09








A única sabedoria será o esquecimento,





não haverá mais nada que essa transparência do vivo,





a intermitência de uma libélula no ar.

















Só assim,





des-aprendendo os cantos do passado,





ignorando suas portas, seus muros






e escutando ao ar passar,





poderase alcançar a liberdade de começar





a intuir a verdade dum propio.







5/11/09













Uma bela mulher um dia,

caminhando baixo a lua eterna,

enquanto pensava e sentia,

viu uma macaca que corria

e ¡¡Zas!! lhe mordia uma perna.



A macaca duas vezes a assaltou,

a segunda enterrou os dentes até o final,

e sua marca na carne lhe deixou,

porque a macaca, em ceio, pensou,

que aquela bela mulher era seu rival.



E era, que eu bem conheço à mulher,

e sei que tudo macaco que a olhasse,

preferiria sua beleza à de qualquer

macaca ou primata de qualquer classe,

e todos conhecemos o popular saber

que diz que mesmo que vista-se muito bonita,

uma macaca sempre em macaca fica.

















4/11/09



















Rio de luz,




que des-faz as p-a-l-a-v-r-a-s para que estas não sejam nem sequer um es-que-cimento.









Rio de luz,




que ecoa no son do que um dia foi o que sei que sou.









Rio de luz,




que vem à profundidade dos meus olhos, dormidos em minha alma.









Rio de luz,




nascente e virgem, de asas transparentes à beleza.









Rio de luz,

fonte de cores,

ilumina este saber que sou,

este sentir que sinto ser,

para ter o poder de re-conhecer-te.








3/11/09







Na porta do vento há uma ventolinha,

põe o ar em movimento,

movimenta o ar o sentimento

e é assim que o vento caminha.

























Da porta do vento vem um ventinho

que eu respiro para saber que se sente,

porque eu quero sentir que caminho,

e com o vento ir a um lugar diferente.









2/11/09




















Sou em mim quando tu sentes que sou em ti,



chego assim a essa ver-dade que me ha-bita a alma



e descanso na tua recuper-ando meu corpo.








E quando já meu corpo é meu,



é em mim ver-dade a alma que me ha-bita



e sou em ti porque te sinto.








Tu e eu,



alma e corpo,



nome-ando nossos nomes,



pi & phi.





















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