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frutados
vamo-nos vestindo de palavras
manhã a manhã há um corpo que as sorve - antipedra moinho tornado
somos de tarde a luz que não há [ a falsa a verdadeira claridade
ao cair da noite - sempre sem pecado
usamos o cerco do quintal para brincar [ e dormimos subindo
numa fidelidade tenra ao princípio irrevogável do silêncio
fio a fio mão na mão [ branca cintura de via láctea
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3 comentarios:
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Fumo palavras ao longo do dia,
perto de dois maços
e sei que fumar mata.
Também bebo muitas palavras,
se calhar repetidas
e sei que beber com moderação
é a minha responsabilidade.
Sou pré diabético
e não posso comer palavras doces,
mais alguma também cai as vezes.
Os cafés entram em mim
cheios de palavras com adoçante.
Falo também palavras,
ossos do corpo,
sangue menstrual,
pele defensiva.
Falo-as como as falo ao escrevi-lhas,
e escrevo-as como se as falasse,
falo nelas como eu,
existem em mim para ser.
Assim,
sou todos os aviões e o aeroporto ao que chegam,
para depois partir de mim,
levando-me.
E no fim do dia pergunto-me
Qual é o meu grande pecado?
e respondo-me que nenhum,
que eu sou apenas um,
o que eu sei que sou.
E adormeço em meio de sombras e claridades,
amando-me,
amando-te,
falo,
símbolo da fecundidade da natureza,
já sem palavra nenhuma.
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Chorar como quem cala, chorar por nada...
... rir, rir e voltar-se, na caminhada.
https://www.youtube.com/watch?v=vvpx2CPKD30
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