Sei que eu me trouxe aqui,
sei que venho sem nome, sem estatura
e com a vontade clara e limpa
de aprender a des-aprender.
Sei que posso des-entranhar-me do entranhado
para re-encarnar-me em mim,
para ser eu quem escreve estes versos
e não um poeta que nunca existiu.
sei que venho sem nome, sem estatura
e com a vontade clara e limpa
de aprender a des-aprender.
Sei que posso des-entranhar-me do entranhado
para re-encarnar-me em mim,
para ser eu quem escreve estes versos
e não um poeta que nunca existiu.
Sei da dificuldade de receber tudo o que me é dado,
do complicado de aceitar as coisas porque são assim e nada mais,
mas antes nem isso sabia.
Sei que abrir os meus olhos e ver-te,
é minha prova de amor,
a que me é dada.
Sei que quando os abres tu e me vês,
começas a crer que me recebes,
já quase percebes que sou teu,
mesmo que ainda te falta a fé cega,
a de não abrir os olhos para ver,
porem, percebo,
foram muitas as fugas,
poucas as provas,
esse e um percurso a fazer.
Sei também que no nome que não tenho,
cabe Afranio do Amaral,
o respiro como a um filho que vive morto,
algo difícil de explicar e de entender,
até para mim mesmo,
mas hás de sabê-lo como eu sei da sua inexistência.
Sei que a partir daqui,
o caminho será caminho
e sei que ir-ei por ele,
porque sei que existo,
porque sei que posso,
porque sei que o sinto,
porque sei que vem de ti,
como um pre-sente.
Deixa correr,
como a agua.
1 comentario:
pre-sinto
o pre-sente
rio
trans-bordado
corrente-de-água
( à luz
in-clinada,
~
Publicar un comentario