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“ Vou eu com Platero…” CXXVII Juan Ramón Jiménez in Platero e eu
Tradução de Luís Lima Barreto para português
Tradução de Luís Lima Barreto para português
Poema do lugar - segundo ( caminhos e praças )
espero eu que algumas das sementes desta hora
alastrem sobre o platerado plástico instalado e logo
madressilvas amarelas de luz mansa
se acerquem do cume dos pinheiros
para o céu das paisagens de Moguer
que ali se elevem as saias clandestinas e imensas das monjas
e lhes renasça um rubor na face acinzentada
no pátio do poço onde o coração de colombo ainda erra:
um rubor que justifique os morangos amarando
na mudança cálida, estufada e plástica do tempo aprazado
embora e também outro seja o tempo simultâneo
no eco sempre igual da malva transparente,
na praça exacta das mesmas badaladas
que pelas esquinas se soltam da boca de Juan todas as cores - invocadas palavras
numa dança de ramos enleados nesta escuridão tão profundamente clara
misteriosas madrugadas, brancas fontes liriadas
imanescendo tranquila a água da eternidade onde Platero navega sorrindo
pastando elegias e acrobacias risonhas no circo aquático do porvir
agora mesmo, na Primavera precoce deste dia inalterado
desta manhã e desta noite, já muito tarde.
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2 comentarios:
Fermosa invocaçao do maravilhoso, do verdadeiro.
Dum pai de palavras e outro de verdade.
Sim, acho este poema muito meu e de ti.
E acho a fotografia dentro do poema, tambem, como tu.
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